15 de out. de 2013

Professor(a)



Desejo o melhor a todos os professores que lutam pela valorização da Educação. Uma homenagem a educadora Roseni de Oliveira Alves (mãe), que por mais de 32 anos fez parte da vida de muita gente, na construção e formação dos lugares por onde passou.

Em 15 de outubro de 1827, o imperador Dom Pedro I decretou a criação do ensino elementar no Brasil como o próprio documento diz que, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”, garantindo uma grade curricular, a descentralização do ensino, e garantindo um salário aos docentes. Em 1963, o presidente João Goulart assina o decreto federal 52.682/63, criando como feriado escolar o Dia do Professor em todo o país, sendo um reconhecimento ao papel dessa profissão à sociedade, e uma lei de grande valor a Educação no Brasil.
O Professor é sempre homenageado em seu dia, sempre reconhecido pela importância de seu trabalho na formação da sociedade. Mas ao sairmos desse cenário comemorativo deparamos com o descaso a profissão do educador. Há anos a luta da educação bate na mesma tecla: o descaso com os profissionais que levam títulos muitas vezes de “mestre do saber” desde os baixos salários, as condições de trabalho. O que leva alguém a se preparar anos para lecionar com todas estas condições? Porque se diz tanto o valor do educador na sociedade, mas o coloca em precárias condições?
Max Weber (1864-1920), em sua obra Ciência e política – duas vocações, diz que a ciência como vocação está tanto no campo da racionalidade quanto no campo do irracional. Sendo a especialização, o progresso e a personalidade racionais, e a paixão, a inspiração e o talento os lados irracionais. Weber diz que “é preciso agir de outro modo, entregar-se ao trabalho e responder às exigências de cada dia – tanto no campo da vida comum, como no campo da vocação. Esse trabalho será simples e fácil, se cada qual encontrar e obedecer ao “demônio” que tece as teias de sua vida” (WEBER, p. 52). Ou seja, ser professor é enfrentar todos os desafios postos, é lutar e dedicar todos os dias. É além de ser capaz ter paixão pelo que faz.
Em tributo a um grande símbolo da Educação no Brasil, que disse “o homem deve ser o sujeito de sua própria educação. Não pode ser o objeto dela. Por isso, ninguém educa ninguém”, Paulo Freire (1921-1997), deixou em sua filosofia que o papel do educador e neutra e de suma importância na condução do despertar das vocações do individuo e da liberdade e igualdade a partir da educação.

Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou professor contra a ordem capitalista vigente, que inventou esta aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que me anima, apesar de tudo.” (FREIRE, 2000: 115).







Referências:
BRASIL ESCOLA. Datas comemorativas: Dia do Professor – Disponível em: http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-do-professor.htm. Acessado em 15 de outubro de 2013.

LEGISLAÇÂO INFORMATIZADA. Decreto nº 52.682. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1960-1969/decreto-52682-14-outubro-1963-458043-publicacaooriginal-1-pe.html. Acessado em 15 de outubro de 2013.

WEBER, M. Ciência e política – duas vocações. Trad. Leonidas Hegenberg e Octany Silveira da Mota. 5. ed. São Paulo: Editora Cultrix, s/d.

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